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A Madrasta Precisa Pagar Pensão? Entenda o Que Diz a Lei e Quando Isso Pode Acontecer

  • Foto do escritor: Christofer Castro
    Christofer Castro
  • 16 de abr.
  • 4 min de leitura


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Você já ouviu falar em "pensão da madrasta"?


Parece estranho, né?


Afinal, a obrigação de pagar pensão alimentícia é dos pais.


Mas e quando o pai se casa novamente e passa a viver com alguém que tem uma excelente condição financeira?


Isso pode mudar o valor da pensão devida aos filhos do primeiro relacionamento?


Pois bem. Essa é uma dúvida comum – e, mais do que isso, uma situação real que afeta muitas famílias brasileiras.


Vamos entender o que a lei diz, como os tribunais têm decidido e quando, de fato, a madrasta ou o padrasto pode ser chamado a contribuir.

O Problema: Quando a Nova Família Muda Tudo


Imagine a seguinte cena: uma mãe, que cuida sozinha dos filhos, vê o pai refazer a vida com uma nova companheira.


Eles vivem bem, têm um bom carro, viajam, frequentam bons restaurantes.


Enquanto isso, a pensão paga aos filhos mal cobre as despesas básicas do mês.


Você já passou por isso?


Ou conhece alguém que vive algo parecido?


Esse novo cenário desperta uma pergunta legítima: se o padrão de vida do pai melhorou com a ajuda da nova esposa, isso pode justificar um aumento da pensão?


Agora vamos ao que realmente interessa.


A Realidade Jurídica: O Que Diz a Lei (e o Que Diz a Justiça)


A madrasta ou o padrasto é obrigado(a) a pagar pensão?


Legalmente, não. A obrigação de pagar pensão é dos pais – ponto.


A madrasta ou padrasto não entra automaticamente nessa conta.


Mas... nem tudo é tão simples assim.


A renda da madrasta pode influenciar no valor da pensão?


Sim, pode. Mesmo que a madrasta não seja obrigada a pagar diretamente, a renda dela pode ser considerada ao analisar quanto o pai deve pagar.


Funciona assim: se o pai passou a ter uma vida melhor porque mora com alguém que tem uma boa renda, o juiz pode entender que ele tem maior capacidade de contribuir com os filhos. Isso pode, sim, justificar uma revisão da pensão.


O carro da madrasta pode ser penhorado?


Depende. Se o casal vive sob o regime de comunhão parcial ou universal de bens, os bens adquiridos durante o casamento podem, em parte, ser usados para quitar dívidas de pensão do pai. Ou seja, o carro pode ser penhorado, mas apenas a parte dele.


Agora, se o casal optou pela separação total de bens, a regra muda.


Nesse caso, o patrimônio da madrasta está protegido, e não pode ser usado para pagar dívidas do cônjuge.


Existe alguma exceção em que a madrasta pode ter que pagar pensão?


Sim, e ela tem nome: socioafetividade.


Se a madrasta ou o padrasto assumiu verdadeiramente o papel de mãe ou pai, oferecendo amor, sustento, cuidados e sendo reconhecido assim pela criança, o vínculo passa a ser semelhante ao de um pai ou mãe biológicos.


Mas atenção: não basta ter carinho. É preciso provar que ela assumiu todas as funções maternas ou paternas. Só assim o juiz pode reconhecer essa obrigação.


O Risco de Ignorar Essa Realidade


Agora imagine: a criança cresce sem o necessário para viver com dignidade, enquanto o pai desfruta de uma vida confortável com sua nova esposa.


A mãe se desdobra para cobrir tudo sozinha. E tudo isso por falta de uma revisão justa da pensão.


Se nada for feito, a situação só piora: dívidas, frustrações, conflitos familiares. E, acima de tudo, prejuízo para o desenvolvimento da criança.


O Que Fazer?

Se você está nessa situação – seja como mãe, pai ou mesmo madrasta/padrasto – é essencial entender seus direitos e deveres.


  • A renda da madrasta/padrasto pode sim influenciar indiretamente no valor da pensão.

  • O regime de bens do casamento também pode afetar a execução de dívidas.

  • E a socioafetividade, quando presente e comprovada, pode transformar totalmente a responsabilidade jurídica.


Cada caso é único. E, diante de qualquer dúvida ou conflito, o caminho é buscar orientação jurídica especializada.


📊 Quadro Comparativo: Quando a Madrasta ou o Padrasto Pode Influenciar ou Ser Responsável Pela Pensão Alimentícia


Situação

Madrasta/Padrasto Tem Obrigação de Pagar Pensão?

A Renda Dela/Dele Pode Influenciar a Pensão?

Pode Ter Bens Penhorados?

Apenas casado(a) com o pai/mãe da criança, sem vínculo afetivo com o enteado

❌ Não tem obrigação legal de pagar pensão

✅ Sim, pode influenciar indiretamente, pois melhora a condição financeira do pai/mãe

✅ Sim, parcialmente, se o regime de bens for comunhão (parcial ou universal)

Casado(a) com separação total de bens

❌ Não tem obrigação de pagar

✅ Pode influenciar indiretamente

❌ Não, os bens são protegidos

Assume papel de pai/mãe na vida do enteado (socioafetividade comprovada)

Sim, pode ser obrigado(a) a pagar, por decisão judicial

✅ Sim, pode influenciar diretamente

✅ Sim, em caso de obrigação reconhecida judicialmente

Pai/mãe não pode pagar a pensão e se busca outro responsável

❌ Não automaticamente, pois a obrigação é dos pais e depois dos avós

🔁 Pode haver discussão judicial dependendo do caso

🔁 Depende do regime de bens e da configuração da dívida

Pai falece e deixa dívida de pensão

❌ Madrasta/padrasto não herda a obrigação

❌ Não influencia

Sim, mas apenas na parte da herança, se for herdeira/herdeiro


FAQ – Perguntas Frequentes


A renda da madrasta é somada à do pai para calcular a pensão? Não diretamente. Mas o juiz pode considerar a melhora no padrão de vida do pai para revisar o valor.


Se o pai morrer, a madrasta assume a pensão? Não. A obrigação é pessoal e morre com o pai. Mas dívidas atrasadas podem ser cobradas da herança.


Existe jurisprudência obrigando a madrasta a pagar pensão? Sim, em casos onde foi comprovado o vínculo de socioafetividade.


A mãe pode pedir revisão da pensão por causa da renda da madrasta? Sim. A renda dela pode ser usada para argumentar que o pai tem maior capacidade de contribuir.


Conclusão

A vida real é mais complexa do que a letra fria da lei.


E a justiça tem se adaptado a isso.


Mas para que seus direitos sejam reconhecidos, é preciso agir – com informação, estratégia e provas.



A criança tem direito a viver com dignidade. 


E esse direito deve vir antes de qualquer disputa.



Não deixe que a omissão prejudique o futuro do seu filho.


Entenda, questione, busque apoio.


Porque quem ama, também cuida – inclusive com justiça.


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