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Bloquear o Pai ou a Mãe no WhatsApp: É Permitido? Vale a Pena? E os Riscos Legais?

  • Foto do escritor: Christofer Castro
    Christofer Castro
  • 17 de abr.
  • 6 min de leitura



Você sente um aperto no peito cada vez que recebe uma mensagem do pai ou da mãe do seu filho?


A comunicação virou fonte de angústia, raiva, até náusea?


E a única vontade que dá é de apertar o botão “bloquear”?


Pois é.


Essa situação, infelizmente, é mais comum do que se imagina.


Quando a convivência entre ex-casais é marcada por conflitos, manter um canal aberto no WhatsApp pode parecer um fardo insuportável.


Mas o que fazer quando há filhos em comum?


Dá para bloquear sem infringir a lei?


Ou isso pode virar um pesadelo jurídico?


Vamos por partes.


Respira fundo.


Vou te explicar tudo — com empatia, clareza e, principalmente, com responsabilidade.


O WhatsApp virou um campo de guerra? Você não está sozinho.


O fim do relacionamento não encerra o vínculo entre pais.


Quando há filhos, o elo permanece — para a vida toda.


O problema é que, muitas vezes, esse elo vira uma corda esticada ao limite.


O WhatsApp, em vez de ajudar, passa a servir de munição: são xingamentos, cobranças, provocações, indiretas e até humilhações.


Nesses casos, o impulso de bloquear parece o único caminho para respirar em paz.


Mas aqui vai a primeira reflexão importante:

Você pode até cortar o canal, mas não pode cortar o vínculo.

É isso que muita gente esquece.


Você e essa pessoa estarão ligados para sempre por uma razão muito maior do que qualquer desavença: o seu filho.


Bloquear é permitido? Sim. Mas é recomendado? Nem sempre.


Do ponto de vista jurídico, não há uma proibição expressa para que um genitor bloqueie o outro no WhatsApp.


Desde que exista outro meio de comunicação eficaz para tratar das questões da criança, o bloqueio é, sim, possível — e pode até ser justificável.


Mas aqui vai a segunda reflexão:

O problema não é o bloqueio em si. O problema é o que isso pode gerar depois.

Na prática, o que muitas vezes acontece?


A pessoa bloqueada não assume que errou, que foi ofensiva, que passou dos limites.


Ela vira o jogo.


Diz que você está tentando afastá-la do filho.


E aí vem a acusação de alienação parental, junto com uma ação judicial para tentar “restabelecer o contato”.


E o que você vai ter que fazer?


Juntar prints, comprovar que a comunicação era abusiva, justificar o bloqueio...


Um estresse a mais — justo quando você buscava paz.


Minha recomendação pessoal? NÃO BLOQUEIE. Mantenha o canal aberto, mas com controle.


Sim, isso pode parecer contraintuitivo. Mas pense comigo:

Inimigo, a gente mantém por perto.

Se você bloqueia, perde o controle do que a pessoa está dizendo, do que está tramando.


Já se mantiver o canal aberto, mesmo que não responda, você coleta provas. Você se protege.


Então aqui vai um plano prático para lidar com o WhatsApp sem se expor:


  • Nunca responda com raiva. Deu vontade de explodir? Respira. Espera passar. Às vezes, o silêncio é a melhor resposta — e o melhor aliado jurídico.

  • Só responda por texto. Deixe claro: “Respondo apenas mensagens por escrito.” Por quê? Porque prova escrita é mais fácil de juntar, mais barata de usar em processo. Áudio dá trabalho, tem que transcrever, custa mais caro. E, convenhamos, escutar a voz da pessoa que te faz mal... ninguém merece.

  • Ignore o que for provocação. Registre o que for relevante. O que é ofensa, você printa. O que é sobre o filho, você responde — com calma, com foco.

  • Apague o nome do contato. Deixe só o número. Assim, se precisar usar o print, ele já serve como prova. Com nome salvo como “genitor(a)” ou apelidos, você pode perder a força do documento.


Se a situação sair do controle, aí sim: o jurídico entra.


Se mesmo com tudo isso, a comunicação continua abusiva, desrespeitosa e você sente que está em risco emocional ou psicológico, aí sim vale considerar medidas mais firmes — inclusive o bloqueio, com aviso prévio e indicação de outro canal (e-mail, por exemplo).


Mas, mesmo nesse caso, comunique a mudança de forma formal e respeitosa:

"Diante das mensagens recebidas, informo que, a partir de hoje, não utilizarei mais o WhatsApp para tratativas sobre nosso filho. A comunicação passará a ocorrer exclusivamente por e-mail: [seu email].”

Assim, você evita alegações de falta de comunicação e se resguarda.


Conclusão: A sua paz é importante. Mas o seu filho é prioridade.


Você tem todo o direito de querer distância de quem te fez mal.


Isso é humano, legítimo, necessário.


Mas, quando há filhos envolvidos, cada passo precisa ser pensado com cautela.


Bloquear o outro genitor pode parecer uma solução imediata, mas também pode abrir portas para novos conflitos — e até processos.


Por isso, antes de tomar essa decisão, reflita: o que realmente vai te proteger?


Talvez manter o canal aberto, com distanciamento emocional e inteligência estratégica, seja o melhor caminho.Pelo menos, até que se esgotem as alternativas.


No fim das contas, o foco sempre deve ser um só: o bem-estar da criança. E, para isso, o diálogo — ainda que difícil — é, quase sempre, a melhor ponte.



✅ Quadro de Boas Práticas: Como Lidar com o Genitor no WhatsApp sem Prejuízo Jurídico

Situação

O que fazer

Recebeu ofensa ou provocação

Não responda. Tire print na hora. Guarde como prova.

Precisa responder algo importante sobre o filho

Responda apenas o essencial, de forma objetiva e sem emoção.

A pessoa só manda áudios

Estabeleça por escrito: “Só respondo mensagens de texto.”

Quer se proteger sem cortar o contato

Mantenha o número salvo, mas sem nome. Evite ver status e fotos.

Bloqueio parece inevitável

Envie uma mensagem formal indicando outro canal (e-mail, por exemplo).

Está emocionalmente abalada(o)

Espere se acalmar para responder. Evite agir por impulso.

Recebe ameaças ou perseguição

Guarde tudo. Procure orientação jurídica. Pode ser caso de violência psicológica.

A pessoa mente ou distorce os fatos

Mantenha as conversas registradas. Um print vale mais que mil palavras.

📌 Perguntas Frequentes (FAQ)


1. Posso bloquear o pai ou a mãe do meu filho no WhatsApp?

Sim, desde que você informe previamente e ofereça outro meio de contato sobre a criança. Mas é importante considerar os riscos e as consequências, especialmente uma eventual acusação de alienação parental.


2. Isso configura alienação parental?

Não necessariamente. O bloqueio só será considerado alienação se impedir o outro genitor de manter vínculo com o filho. Se você garantir outro canal de contato e agir com respeito, não há alienação.


3. E se a pessoa só me envia áudios ofensivos?

Você pode (e deve) estabelecer que a comunicação será feita apenas por texto. Isso protege emocionalmente e facilita a coleta de provas.


4. Preciso fazer ata notarial das conversas?

Não é obrigatório. Os prints são geralmente aceitos. A ata só é necessária se a outra parte contestar a veracidade ou se o juiz exigir.


5. A Justiça pode me obrigar a desbloquear?

Se não houver outro canal de comunicação e se isso estiver afetando o contato do outro genitor com o filho, o juiz pode determinar que você restabeleça o diálogo, sim.


6. E se for o outro genitor que bloqueou a criança?

Aí a situação é mais grave. Isso pode ser considerado descumprimento do direito de convivência. Guarde as provas e busque orientação jurídica para pedir o cumprimento da decisão judicial.


📄 Modelo de Mensagem Formal para Comunicar o Bloqueio no WhatsApp

Prezado(a) [Nome do genitor], Considerando os últimos episódios de nossa comunicação via WhatsApp, que têm sido marcados por mensagens que me causam grande desconforto emocional e que se desviam do objetivo principal — o bem-estar do(a) nosso(a) filho(a) —, informo que, a partir desta data, não utilizarei mais este canal para tratativas sobre questões relacionadas à criança. A comunicação entre nós deverá ocorrer, exclusivamente, por meio do seguinte endereço de e-mail: [seuemail@exemplo.com]. Ressalto que esse canal estará disponível para qualquer assunto que envolva diretamente o(a) [nome do filho(a)], como horários de visitas, questões escolares, saúde, entre outros. Agradeço a compreensão e reitero que esta medida visa preservar um ambiente mais saudável e respeitoso para a condução de nossa responsabilidade parental. Atenciosamente,[Seu nome completo]

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