Guarda Compartilhada NÃO é Morar uma semana com o pai e outra semana com a mãe
- Christofer Castro
- 24 de mar.
- 4 min de leitura
Atualizado: 4 de abr.

Você sabe exatamente o que significa guarda, lar de referência e convivência?
Muitas vezes, os conflitos familiares surgem justamente pela confusão ou má compreensão desses termos.
Neste artigo esclarecedor, vou explicar detalhadamente o significado de cada termo, destacando as diferenças práticas e jurídicas, sempre em conformidade com a legislação brasileira atual.
1. O que é Guarda?
No Direito brasileiro, a guarda pode ser apenas de dois tipos:
Guarda Compartilhada
Guarda Unilateral
Guarda Compartilhada
É o modelo em que pai e mãe tomam juntos as principais decisões sobre a vida dos filhos.
Não importa onde estejam ou a distância entre ambos, as decisões importantes deverão ser sempre compartilhadas.
Alguns exemplos de decisões que precisam ser tomadas conjuntamente são:
Escolha da escola da criança;
Aplicação de vacinas;
Definição da religião;
Permissão ou não para uso de celular ou dispositivos eletrônicos.
Outro ponto fundamental da guarda compartilhada é a responsabilidade financeira em casos específicos.
Se o filho, por exemplo, causar prejuízo financeiro a terceiros, ambos os pais terão a obrigação de reparar os danos proporcionalmente.
Importante esclarecer: Guarda compartilhada não significa que a criança vai passar metade do tempo com cada genitor. Este aspecto é chamado de "lar de referência alternado" e será explicado logo adiante.
Guarda Unilateral
Aqui, apenas um dos genitores toma as decisões sobre o cotidiano do filho. O outro genitor deve ser comunicado sobre decisões relevantes tomadas em relação à criança.
A guarda unilateral é excepcional, exigindo comprovação de pelo menos uma das duas situações seguintes:
O outro genitor abriu mão da guarda espontaneamente;
O outro genitor é incapaz de tomar decisões apropriadas ao bem-estar da criança.
Mesmo na guarda unilateral, o direito à convivência (visitação) permanece intacto e não pode ser cerceado unilateralmente.
Tomar decisões sobre as visitas do outro genitor com base na guarda unilateral caracteriza alienação parental, prática repudiada pela legislação brasileira (Lei nº 12.318/2010).
Atenção: Não existe guarda alternada no Brasil.
E por que não?
Justamente porque não é possível que decisões importantes sejam tomadas de forma alternada semanalmente ou mensalmente.
Imagine uma situação absurda: uma semana a criança recebe uma vacina, e na semana seguinte o outro genitor decide não aplicar a segunda dose.
Não faria sentido e prejudicaria profundamente o bem-estar da criança.
2. Lar de Referência: O Que Isso Significa?
Lar de referência é o termo utilizado para determinar a residência principal do menor.
Em termos simples, é o local onde a criança vive a maior parte do tempo, dorme regularmente e constrói sua rotina principal.
Fatos Importantes Sobre o Lar de Referência:
Não há preferência legal entre o lar materno ou paterno. A lei os coloca em absoluta igualdade.
Existe uma preferência cultural em favor da mãe, mas isso não possui qualquer respaldo jurídico.
Quem detém a guarda unilateral obrigatoriamente tem também o lar de referência.
É importante notar que o lar de referência não se confunde com a guarda em si.
A guarda significa responsabilidade e decisão, podendo inclusive ser exercida à distância (por mensagens, telefone ou aplicativos).
Já o lar de referência significa simplesmente onde a criança mora fisicamente a maior parte do tempo.
3. Convivência: Muito Mais do que Visitas
Tecnicamente, o termo correto utilizado na lei é convivência (popularmente chamado de visitas).
A convivência refere-se ao direito que a criança possui de manter vínculos afetivos, psicológicos e sociais com o genitor não residente no lar de referência.
O que diz a Lei Sobre Convivência?
A lei brasileira não estabelece regras automáticas para a convivência. Não há uma definição prévia sobre:
Frequência das visitas;
Dia dos pais, mães, feriados ou férias.
Assim sendo, quando não há uma decisão judicial regulamentando visitas, entende-se que a convivência é livre.
Caso essa liberdade se torne problemática, é necessário ingressar com uma ação judicial de regulamentação de convivência para estabelecer horários e regras claras.
Importante lembrar: Mesmo com guarda unilateral, o genitor detentor da guarda não pode limitar arbitrariamente o direito à convivência do outro genitor.
Fazer isso configura alienação parental.
Pontos Cruciais para Diferenciar os Conceitos de Forma Rápida:
Conceito | O que significa na prática? | Exemplos práticos |
Guarda Compartilhada | Decisões conjuntas sobre a criança e responsabilidades divididas | Decisão sobre escola, vacinas, religião |
Guarda Unilateral | Apenas um genitor decide e responde pelas decisões; o outro deve ser informado | Decidir qual escola frequentar sem necessitar concordância do outro genitor |
Lar de Referência | Residência principal da criança | Onde a criança dorme a maior parte das noites |
Convivência | Visitas e convivência afetiva com o genitor não residente | Finais de semana alternados, férias, datas comemorativas |
Perguntas Frequentes e Esclarecimentos Rápidos:
Guarda compartilhada significa morar metade do tempo em cada casa?Não. Isso é chamado de "lar de referência alternado", possível mas raro, dependendo da proximidade geográfica e do melhor interesse da criança.
Quem tem lar de referência recebe pensão? Geralmente sim. Quem detém o lar de referência recebe pensão alimentícia do outro genitor como auxílio no custeio das despesas ordinárias do filho.
Posso restringir as visitas do outro genitor se tenho guarda unilateral?Não. Fazer isso sem uma decisão judicial configura alienação parental.
A lei dá preferência à mãe como lar de referência? Não. A preferência é exclusivamente cultural, não tem nenhum suporte legal.
Conclusão: Entender Faz Toda a Diferença!
Esses termos, guarda, lar de referência e convivência, são constantemente confundidos e causam conflitos familiares que poderiam ser evitados.
Agora que você compreendeu claramente cada um deles, será possível tomar decisões mais conscientes e evitar erros legais graves que poderiam comprometer até mesmo seus direitos parentais.
E se você gostou dessas informações claras e objetivas, compartilhe este artigo com alguém que precisa desse conhecimento!
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